sexta-feira, 16 de março de 2012

Rosa tinha fome do mundo

Uma fome devoradora de experimentar o gosto do mundo. Fechava os olhos e provava o planeta. Esquecia, às vezes, que gula é pecado capital e que o exagero provoca náuseas.
Se a situação era doce, Rosa supunha afeto. Um gosto que satisfazia sua mente, o corpo, mas que, em demasia, podia enjoar.
Em caso de gosto muito azedo, sem fazer cara feia, Rosa misturava vodka, açúcar e gelo, e permitia-se um porre de satisfação.
Havia momentos que o amargo a dominava. Mas Rosa acreditava que esse gosto a educava. Fazia dar valor ao doce. Além de encher sua boca d’água.
Rosa também estava pronta para experimentar os gostos os salgados, os temperados, os insossos ...
Por hora, o gosto que a domina é o de liberdade. Bebe-o numa xícara de chá. Só faltam a torrada, a geleia e o requeijão.

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