Penso que a fantástica oportunidade de se estar vivo e de se
sentir vivo e de se manter vivo seja a mais ousada das aventuras humanas.
E penso que, para viver, tem que merecer, tem que
justificar, tem que fazer valer.
Viver é tão escandalosamente espetacular que não é para
qualquer um. Viver requer coragem, tem que ter peito, tem que ter coração, tem
que ter ousadia... E para viver, basta estar vivo.
Fico tão perplexa com o fato de estar viva, que me confundo,
tropeço e me embaraço tamanha ânsia de viver.
Chego a perder o fôlego, tão grande é meu encantamento,
desejo e gratidão de estar viva.
Às vezes, me deparo tentando entender, explicar, achar o fio
da meada. Tola, eu sou. O milagre de viver
é demasiadamente infinito para se entender.
A vida não se explica, vida se vive, se dá, se entrega e se
sente.
Por vezes, o comodismo de me saber viva me inebria e isso me
faz perder a noção. E isso não é bom.
E às vezes, choro, porque me afasto do sentido da vida. E
nesse ponto, a vida não perdoa.
Vaidosa, exige contemplação. Tem que ter foco.
Olhar para a vida com olhos de entrega. Dar-se toda a ela
para merecê-la.
O pior da vida é ver a vida passar.
E nem a morte, nem nada e nem ninguém é capaz de destruir a
vida.
Porque a vida não morre, ela transcende.
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