quarta-feira, 4 de abril de 2012

Das saudades que eu sinto...

Das saudades que eu tenho, somente as do futuro me permito sentir. As demais me causam aperto no peito e nao sou daquelas que cultivam o que faz doer. Certas vezes me flagro sentindo saudades de lugares que nunca fui mas que conheço como a palma da minha mão. Tratam-se de lugares sagrados, como o são todos os altares onde consagro minha existência, tirando felicidade de pedra. De onde correm leite, mel, suor e lagrimas de prazer. Em outras ocasiões me deparo com saudades de quem ainda nao conheci. Não conheço seu rosto, mas posso sentir de longe seu cheiro. Lembro daquela vez que ainda não dançamos juntos sob o luar, enquanto sussurrava poesias no meu ouvido. Do jeito que me olhará e da forma como suas mãos me tocarão com ar de quem conhece todos os meus atalhos. Sinto saudades de quando escreveremos a quatro mãos a crônica de nossa história, com um enredo repleto de preciosísmos e duplos sentidos e gargalhadas. Mas das saudades que eu sinto, a que mais sinto falta mesmo é dos dias em que não precisarei mais usar a fantasia, a máscara e as armaduras. Saudade é prato que se degusta acompanhado por taças de vinho. Com fé, quem sabe se consubstanciarão em redenção?

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