Escrever às vezes sangra
Descobre o curativo
Expõe a ferida
Expurga o que era imundamente guardado
Escrever às vezes chora
Esvazia a lixeira das lembranças
Põe de molho vestes encardidas
E desinfeta cantos angulares
Escrever às vezes sua
Exercita os músculos que faltam ao cérebro
Barras, pesos e esteiras fortalecem
E ajudam a carregar o mundo nas costas
Escrever às vezes ri
Sublinha as anedotas do dia
Transforma os tombos e piruetas em palhaçada
E faz da vida um picadeiro
Escrever às vezes sonha
Acordado, a cores, com começo, meio e fim
Se vai à lua ou à esquina, derruba muros, constrói pontes
Leva ao Japão ou para a cama
Escrever às vezes goza
Arrepia, mordisca, sussurra
Transforma o instante em eternidade
Faz de dois, um só. E de gemidos gritos de prazer
Escrever às vezes constrói
Transforma verbo em gente
Multiplica pães e peixes
E faz das pedras canteiros.
Val e suas lindas palavras... Parabéns! Esse é um dos muitos comentários q farei nesse blog direcionado a quem curte uma boa literatura.
ResponderExcluirExcelente fonte! Beleza, Valéria.
ResponderExcluirAbraços
Gustavo Gomes de Matos
Nossa Valéria!!!! Que lindo!!! Me vi escrevendo. Minhas alegrias, meus desabafos com Deus, minhas tristezas, dores e orações. Beijos! Margareth
ResponderExcluir